As cem linguagens da Criança

A criança é feita
A
criança tem cem linguagens
Cem mãos cem pensamentos
Cem maneiras de pensar
De brincar e de falar
Cem sempre cem
Maneiras de ouvir
De surpreender de amar
Cem alegrias para cantar e perceber
Cem mundos para descobrir
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A
criança tem
Cem linguagens
(e mais cem, cem, cem)
Mas roubam-lhe noventa e nove
Separam-lhe a cabeça do corpo
Dizem-lhe:
Para pensar sem mãos, para ouvir sem falar
Para compreender sem alegria
Para amar e para se admirar só no Natal e na Páscoa.
Dizem-lhe:
Para descobrir o mundo que já existe.
E de cem roubam-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
Que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia
A ciência e a imaginação
O céu e a terra, a razão e o sonho
São coisas que não estão bem juntas
Ou seja, dizem-lhe que os cem não existem.
E a
criança por sua vez repete: os cem existem!

Loris Malaguzzi (1996)

Educar é Tudo!

Olá Pessoal,

Estou postando alguns slides construídos e apresentados ao longo do curso. Os slides podem ser vistos a seguir, caso vocês tenham algum em seus arquivos favor postar, Beijos a todas!!!

Apresentação slide Fundamentos e Didática da Matemática I

Apresentação Seminário Pesquisa e Prática Pedagógica IV

Apresentação Trabalho Estudos da Sociedade na Educação Infantil

Seminário Pesquisa e Prática Pedagógica I

sábado, 13 de agosto de 2011


Atividade Orientada Etapa 2

 Pesquisa de campo sobre a leitura de histórias em quadrinhos.

Leitura Através Da História Em Quadrinhos
O gosto pela leitura muitas vezes começa pelos quadrinhos, pois é um tipo de texto que torna o ato de ler divertido.
Os alunos tem, desde as fases iniciais, um encantamento pelos quadrinhos. As histórias tem ações rápidas, de fácil compreensão e provocam boas risadas nas crianças.
Foram promovidas entrevistas sobre a preferência de algumas crianças em histórias no formato das Histórias em Quadrinhos.  As crianças presentes nos depoimentos, conforme o anexo tem em média entre sete e doze anos de idade e são freqüentadoras de escolas públicas do município de Simões Filho e Salvador/BA. As entrevistas aqui apresentadas emergiram de propostas de atividades com revistas em quadrinhos para alunos já alfabetizados e que já iniciaram suas produções de textos.
Entre as inúmeras revistas em quadrinho (as HQ), três tiveram maior destaque nos grupos de crianças pesquisadas foram: “Sesinho”, “Emilia e a turma do sitio” e a “A Turma da Monica”, esta ultima sem duvida, a mais lida. Os quadrinhos apresentam diversas aventuras, ora verossímeis, ora impossíveis, que divertem e ajudam na formação da criança, misturando a fantasia e o imaginário aos acontecimentos reais.
Percebemos durante as entrevistas que o gosto pela leitura das histórias em quadrinhos entre os adolescentes,  lá pelos doze anos, exercem outras preferências, como por exemplo os grandes heróis, onde foram mencionados o  X-Man, o Batman, e dragonbal-z.
As histórias em quadrinhos são boas ferramentas de incentivo à leitura, seja lá qual for a idade do leitor. A associação de textos e imagens torna o ato de ler mais atraente e os elementos gráficos (como os balões e as expressões faciais dos personagens) facilitam a compreensão da trama.
Observa-se que a leitura dos quadrinhos serve para aquisição de cultura, conhecimento e, principalmente, educação. Vamos nos reportar, também, ao volume de Língua Portuguesa dos PCNs que sugere a utilização dos quadrinhos para o desenvolvimento da linguagem e participação social nos campos da comunicação, informação, expressão e defesa do ponto de vista e da produção do conhecimento.
ANÁLISE DAS REVISTAS EM QUADRINHOS
Através da análise efetuada, torna-se evidente que em ambas as revistas de maior destaque, durante às entrevistas: “Sesinho”, “Emilia e a turma do sitio” e a “A Turma da Monica”, as linguagens oral e visual possuem igual importância, pois apresentam uma ótima apresentação gráfica; atraente e bem cuidada, os enredos das historias são curtos e contém diversas histórias, constituindo-se numa  linguagem simples e prazerosa tornando o leitor parte integrante desse mundo.
Usar de personagens que as crianças já conhecem e possuem certa intimidade para transmitir mensagens é muito bom, facilita o aprendizado, é o caso das revistas citadas que podem ser usadas em sala de aula para trabalhar diferentes temas transversais e conteúdos. Como os personagens também são crianças, é esperado que os alunos se identifiquem com algum deles.

A turma de alunos, ao utilizar os quadrinhos como ponto de partida de um debate, tem em mãos materiais para refletir a respeito de idéias e valores.

Observamos que as revistas em quadrinhos tem condições de oferecer as oportunidades necessárias para que os alunos venham a participar ativamente do processo de reconstrução dos valores que regem a sociedade. Pode-se trabalhar a elaboração e a estruturação dos valores individuais e, os valores coletivos por meio de textos que possibilitem a coordenação de perspectivas divergentes e sobre as quais o educando terá que emitir opiniões, julgar, escolher, considerar, comparar,e posicionar-se.

Assim, a História em Quadrinhos, ao falar diretamente ao imaginário da criança, preenche suas expectativas e a prepara para a leitura de obras escritas. Além disso, o aprendizado por meio do uso de quadrinhos, como será visto a seguir, é mais proveitoso.

Revista Sesinho
A Revista em quadrinhos Sesinho é a mais nova alegria da criançada. Sucesso na década de 50, a revista foi relançada em 2001 com o objetivo de resgatar a cidadania e fazer com que o público infanto-juvenil se informe de maneira divertida e saudável. A distribuição é gratuita no SESI e beneficia crianças e jovens de todo o Brasil. Seu personagem principal é um menino de sete anos, que vive experiências semelhantes às de seu público-alvo – com idades de 4 a 14 anos.
As histórias do Sesinho têm como pano de fundo, diferentes temas da educação, como geografia, atualidades, saúde e ética, além dos quadrinhos, todas as edições também trazem dicas de brincadeiras, passatempos e conteúdo de cultura geral.
As experiências do Sesinho ajudam a apresentar a diversidade geográfica e cultural nacional. Em outras situações, seu comportamento exemplar mostra a maneira correta de agir.



Revista Emilia e a turma do sitio
Emília e a Turma do Sítio’ é uma publicação da Editora Globo em parceria com o Mesa (Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome), é uma revista educativa, que traz histórias, jogos e dicas sobre o tema da edição para as crianças.
O objetivo é entreter e educar as crianças, tratando de temas ligados a educação, higiene e afins.




Revista Turma da Mônica
Os conteúdos do enredo das histórias da Turma da Mônica oferecem uma possibilidade real de ação no sentido de desvelar questões referentes às desigualdades e as injustiças que permeiam as relações sociais constituindo-se, dessa forma, como um novo tipo de texto que possibilita discutir as armadilhas sociais, culturais, políticas e educacionais no processo de construção da cidadania.

Porém o personagem Cebolinha apresenta um vicio de linguagem, muito comum das crianças, ele troca a letra “R” por “L”, fator que dificulta o processo das crianças que ainda estão aprendendo a ler.
Há diversidade nas atitudes, algumas de incentivo á saúde, higiene e outras com exemplo de rivalidade. No processo de reflexão sobre as ações das personagens as crianças enfrentam questões sobre o que acreditam ser “bom” ou “mau”, “certo” ou “errado”, construindo suas próprias opiniões e ouvindo a opinião dos outros.

Revista Turma da Mônica

Conclusão
As Histórias em Quadrinhos  acima apresentam em sua estrutura a linguagem verbal e não verbal o que auxilia no desenvolvimento da leitura escrita e dos signos presentes na mesma, levando a um aprofundamento da compreensão do enredo por parte das crianças envolvidas nesta pesquisa.

Além disso, a relação que as crianças mantêm com as Histórias em Quadrinhos permite com que estas se sintam mais à vontade perante a leitura
que irão realizar, o que facilita a introdução do conteúdo programado.

Enfim, confirmamos que as Histórias em Quadrinhos, se bem utilizadas, servem como um excelente instrumento de aprendizagem e de discussão sobre o mundo no qual estamos inseridos, dependendo somente, do seu bom uso por parte do professor.



Referências Bibliográficas:

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e bobices. Editora
Scipione, São Paulo, s.n.
DIONÍSIO, A. P.; BEZERRA, M. A. e MACHADO, A. R. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
DJOTA CARVALHO - Educação Está no Gibi, A Editora Papirus- Edição 1 Ano 2006.
CIRNE, Moacy. Uma introdução política aos quadrinhos. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. 117p.
SOUZA, Maurício de. Mônica, São Paulo, Globo, 2005.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais - 1a a 4a Séries. Brasília, MEC/SEF, 1997.
Imagens: www.google.com.br



“Um texto não interpretado permanece vivo para sempre, porque permanece como um enigma que nos comove todas as vezes que o lemos. Mas um texto interpretado é esgotado do seu mistério, esquartejado sobre a mesa de anatomia da linguagem.”
Ruben Alves



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