As cem linguagens da Criança

A criança é feita
A
criança tem cem linguagens
Cem mãos cem pensamentos
Cem maneiras de pensar
De brincar e de falar
Cem sempre cem
Maneiras de ouvir
De surpreender de amar
Cem alegrias para cantar e perceber
Cem mundos para descobrir
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A
criança tem
Cem linguagens
(e mais cem, cem, cem)
Mas roubam-lhe noventa e nove
Separam-lhe a cabeça do corpo
Dizem-lhe:
Para pensar sem mãos, para ouvir sem falar
Para compreender sem alegria
Para amar e para se admirar só no Natal e na Páscoa.
Dizem-lhe:
Para descobrir o mundo que já existe.
E de cem roubam-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
Que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia
A ciência e a imaginação
O céu e a terra, a razão e o sonho
São coisas que não estão bem juntas
Ou seja, dizem-lhe que os cem não existem.
E a
criança por sua vez repete: os cem existem!

Loris Malaguzzi (1996)

Educar é Tudo!

Olá Pessoal,

Estou postando alguns slides construídos e apresentados ao longo do curso. Os slides podem ser vistos a seguir, caso vocês tenham algum em seus arquivos favor postar, Beijos a todas!!!

Apresentação slide Fundamentos e Didática da Matemática I

Apresentação Seminário Pesquisa e Prática Pedagógica IV

Apresentação Trabalho Estudos da Sociedade na Educação Infantil

Seminário Pesquisa e Prática Pedagógica I

quinta-feira, 11 de agosto de 2011



6º PERÍODO/ MAIO 2010 / CIRCUITO 8


Ângela Maria Ferreira Nascimento
Eliana Leal Oliveira
Iaraci da Paixão Freire de Lima
Lucimeire Souza da Silva
Maria Carolina Sampaio Modesto
Patrícia Santos Melo de Assis
Wancleide Santana de oliveira

ATIVIDADE TEÓRICO PRÁTICA
ETAPA 1 - ESPAÇO GEOGRÁFICO
[ ALAGADOS ]
SALVADOR UP- PITUBA
EQUIPE CONSTRUINDO SABERES

ALAGADOS




Primeiras palafitas erguidas nos anos 40 em Alagados edificaram em Salvador uma das maiores favelas brasileiras da maré. Tido como uma das primeiras invasões da capital baiana, Alagados chegou a reunir no início da década de 90 mais de cem mil habitantes e se configurou em Salvador como o maior exemplo da desordenada ocupação do solo por invasões.
A cidade clandestina do século XX na Baía de Todos os Santos chegou a ser erradicada, mas deu lugar a outra igualzinha anos depois.
Suas primeiras habitações foram erguidas sobre o mangue e se constituíam de palafitas. No século XX, por volta da década de 40, o bairro foi aterrado com entulhos trazidos da praia da Ribeira, tendo a sua urbanização iniciada na década seguinte. A ocupação começou em Itapagipe em 1942, mas não tardou para que se espalhasse também pelos bairros do Uruguai, Massaranduba, Vila Ruy Barbosa, Jardim Cruzeiro, Caminho de Areia e Lobato. Um Plano Urbanístico de Salvador criado em 1943 tinha grandiosos planos para a Enseada dos Tainheiros. Os terrenos de Marinha situados no local deveriam ser preservados para implantação de indústrias. Anos depois, a área ganha novo destino. Deveria servir para expansão de loteamento de habitação popular.
Alagados, amontoado de tábuas e estacas era o retrato da miséria em Salvador. Hoje, em tempo de palafitas quase extintas, barracos ainda flutuam nas águas da baía na Baixa de Massaranduba.
Em 1949, foi ano de duas festividades marcantes: o Quarto Centenário de Fundação da Cidade e o Primeiro de Nascimento do Jurisconsulto Ruy Barbosa. Neste tempo, os contrastes da cidade ficavam cada vez mais aparentes e eram traduzidos nas diferentes formas e locais de moradia. Situado às margens do Caminho de Areia, local conhecido como Jardim Cruzeiro, as moradias começavam a avançar mar à dentro. Os invasores, para se protegerem das constantes ações de despejo, deram ao local o nome de Villa Ruy Barbosa. A estratégia deu resultado e constrangeu as ações do poder público contra uma Villa que levava o nome do Jurisconsulto, no ano do seu centenário. Começava, assim, a formação dos Alagados.
O cheiro também não era nem um pouco agradável – uma mistura de lixo, fezes, carcaças de animais mortos e outros dejetos sanitários despejados na maré. Alagados traz em si a poética triste da pobreza de Salvador. Viver na maré, construir o lar em cima das águas, em cima da lama, apresenta, não só os contrastes da cidade, mas, principalmente, a criatividade e o desespero de ter o sonho da própria casa.
Décadas mais tarde, quando começava a se acreditar que as palafitas seriam erradicadas do cartão-postal da cidade, eis que surgem Novos Alagados. Com as mesmas características do outro conglomerado urbano sobre a maré, o lugar abrigou remanescentes de Alagados e milhares de famílias que buscavam um teto. A paisagem era a mesma e não tardou para ganhar proporções semelhantes. A diferença é que, em vez da Enseada dos Tainheiros, o local escolhido para abrigá-lo foi a Enseada do Cabrito.

ATRATIVOS

- CINE-TEATRO ALAGADOS
O Cine-teatro Alagados foi fundado em 28 de janeiro de 1982, próximo ao fim de linha do Uruguai. Apesar do nome, a programação do espaço se restringiu à exibição de filmes, a exemplo de A Grande Feira, A Rosa, Os Trapalhões.
Em nenhum momento grupos de teatro de Alagados utilizaram o cine-teatro. Em 1987, com a mudança de governo, o imóvel foi abandonado e em pouco tempo as ações de vandalismo fecharam as portas do Cine-Teatro Alagados. Na década de 90, o prédio, ainda degradado, passou a ser ocupado pela Associação de Capoeira Filhos do Sol Nascente.


IGREJA NOSSA SENHORA DOS ALAGADOS
A Igreja de Nossa Senhora dos Alagados foi inaugurada pelo papa João Paulo II em 07 de julho de 1980, quando visitou a Bahia, em ato transmitido para quase todo o mundo católico. Tem um estilo arquitetônico moderno, embora com três abóbadas e quatro arcos, além de um jardim interno através da nave central. Construída na parte alta do Uruguai, vizinha à região de Alagados, a igreja é um dos maiores referenciais do bairro. A área ocupada hoje pelo templo e construções adjacentes corresponde ao que antes era a Ilha de Santa Luzia, que desapareceu com o processo contínuo de aterro. A imagem de Nossa Senhora dos Alagados foi produzida pelo escultor Manuel Dantas.

A VIDA NAS PALAFITAS


Madeirites, restos de madeira e telhas Eternit eram as principais matérias-primas utilizadas para erguer as casas. As quedas nas pontes representavam uma marca universal dos moradores.
Quando não eram as pontes que cediam carregando junto consigo para a maré as pessoas que trafegavam no local, muitas vezes os próprios barracos não suportavam o peso e desmoronavam, evidenciando a fragilidade da construção.
Frágil como os barracos, as pontes precisavam ser reforçadas constantemente. Quando os líderes comunitários não conseguiam sensibilizar o poder municipal, a saída era realizar mutirões e revitalizá-las com sobras que encontravam nos lixões.
Era uma vida subumana. Não contavam com as mínimas condições de sobrevivência. Não tinham infra-estrutura disponível. A água vinha de balde, a energia elétrica era substituída pelo candeeiro e, na falta de um sanitário adequado, faziam um buraco na palafita e os dejetos caíam direto na maré. Na falta de fogão, a comida era cozida no fogareiro no chão.
Muitas vezes, diante de uma dispersão, o fogo atravessava o chão e a panela caía direto na maré. Em maior número eram os pequenos acidentes. No entanto, no final da década de 90, o fogo se alastrou por cinco barracos nas palafitas de Alagados, causando um verdadeiro desespero entre a população. Embora estivessem rodeados pela água, em minutos o fogo se propagou, fazendo as moradas virarem cinzas.
Quando faltava dinheiro para comprar comida, o anzol era a solução. Da própria porta de casa conseguiam tirar da maré o que comer. As mulheres também se reuniam em grupos para mariscar.
Ali, o mais importante dos relógios era o da maré. Era o nível das águas do mar que sinalizava quando as famílias podiam sair de casa e também o seu retorno.
A água cobria as pontes e não tinha como atravessar.
Nesse cenário de precariedades, a grande diversão era o banho de maré, a picula nas pontes, as partidas de futebol na lama, pescar e mariscar.

REMANESCENTES NO MAR



Cinqüenta barracos de madeira ainda flutuam sobre a maré na Baixa de Massaranduba um grande labirinto de becos estreitos, nela, a miséria é gritante. É um lugar onde o inabitável se transforma em abrigo de famílias que um dia sonharam com um lar. Ali alimentam a expectativa de, a qualquer momento, serem beneficiadas com uma nova habitação através dos programas da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder).
Madeirites, restos de madeira e telhas Eternit eram as principais matérias-primas utilizadas para erguer as casas.
Desabrigados do incêndio da Feira de Água de Meninos, imigrantes do interior baiano atraídos pelo anúncio do governo que estabeleceria na Península de Itapagipe uma zona industrial e tantos outros sem-teto foram chegando e se instalando. Mesmo a promessa do governo não se concretizando, o lugar já representava um leque de oportunidades de emprego por abrigar as indústrias Sambra (produtora de óleo de mamona), Souza Cruz, Barreto de Araújo (fábrica de chocolate), Crush (fábrica de refrigerante), Fagipe (fábrica de tecido) e a Cortiço, que produzia material homônimo.
A descoberta do poço do petróleo em Lobato, em 1939, também serviu de chamariz.
Foi logo no início do surgimento de Alagados que Irmã Dulce elegeu o local para iniciar suas obras de caridade. Os problemas de saúde são comuns nos Alagados. Há pessoas até com tuberculose e hanseníase, que recebem acompanhamento de agentes comunitários de saúde.
Os problemas mais comuns são os decorrentes da extrema pobreza, da falta de higiene e de alimentação adequada: verminoses, diarréias, infecções respiratórias e escabiose (sarna).
É um triste registro de uma parte do nosso mar, em Alagados, uma grande favela de Salvador onde as casas são palafitas, ou seja, são apoiadas em estacas de madeira sobre o mar.
As palafitas apenas deixaram de estar sobre as águas, transformando-se em um novo modelo sobre o solo aterrado. Este fato trouxe outro problema. Como essas casas têm seu assoalho abaixo do nível do aterro, todos os resíduos domésticos tendem a acumular-se nas residências, trazendo complicações.
Aos poucos as famílias vão sendo transferidas do local, mas ainda existem mais de mil palafitas em Alagados.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA



Salvador Cultura todo dia- Fundação Gregório de Matos.

AZEVEDO, Thales de. Povoamento da Cidade de Salvador. 2ª. Edição. Editora Nacional, São Paulo, 1955.

ESPINHEIRA, Gey. Salvador: A cidade das desigualdades. Cad. CEAS, Salvador. 1999.

SCHEINOWITZ, A. S. O macro-planejamento da Aglomeração de Salvador. 1996

HAMESA. Projeto Novos Alagados. Salvador: [s.n.], 1984 Jornal A Tarde. 08.08.1989.

Estudos Geográficos, Rio Claro, 3(1): 93-110 , jan-jun - 2005 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm

IMAGENS RETIRADAS DO SITE: www.google.com.br


 "Unidade visível do arranjo espacial que a nossa visão alcança, a paisagem tem seu caráter social, pois é formada de movimentos impostos pelo homem através do seu trabalho, cultura e emoção. Ela é produto da percepção, mas necessita passar a conhecimento espacial organizado, para se tornar verdadeiro dado geográfico."

(Ministério da Educação e Desporto, PCN-Ensino Médio, dez. 1999, p. 30.)



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário