¨6º Período Circuito 8 Ano 2010

Parque Metropolitano de São Bartolomeu

LOCALIZAÇÃO E ÁREA

Criado em 1978, o Parque Metropolitano de São Bartolomeu é reconhecido como área de preservação ambiental, devido à sua extensa reserva de mata atlântica, uma das maiores do país. Situado num ambiente flúvio-marinho, que abarca mananciais, rios e cachoeira, manguezais arbustivos e diversidade de fauna e flora, é localizado na periferia da cidade, entre Pirajá e o subúrbio ferroviário, possui 1550 hectares de floresta, permeada pelos rios e cachoeiras da micro-bacia hidrográfica do rio do Cobre. Toda a drenagem desta bacia flui para a Baía de Todos os Santos, na Enseada do Cabrito.

É a maior reserva florestal remanescente da Mata Atlântica original encontrada na Região Metropolitana de Salvador, e anteriormente era denominado como floresta do urubu. No meio da mata encontra-se a Represa do Cobre, resultado do barramento do rio do mesmo nome, responsável pelo abastecimento de aproximadamente duzentas mil pessoas em oito bairros que circundam o parque.

O Parque São Bartolomeu, é composto por três cachoeiras, um manguezal na Enseada do Cabrito e guarda vestígios da floresta tropical primitiva, dotando-se de singular beleza natural e significado histórico e religioso.

São Bartolomeu, apesar de ser conhecido como Parque de Pirajá, na verdade fica localizado na fronteira entre o bairro e o subúrbio de Santa Terezinha, no meio da Mata Atlântica.

IMPORTÂNCIA
Palco de importantes episódios da história da Bahia, o parque é um espaço representativo da diversidade étnica e cultural da capital baiana, onde guarda até hoje as simbologias da religião ancestral africana.

Em 1633, o local abrigou o primeiro sermão público do padre jesuíta Antônio Vieira, ainda, ali foi travada a Batalha de Pirajá, decisiva para a independência do Estado. Os primeiros habitantes e usuários do Parque São Bartolomeu foram os índios Tupinambás. No período escravocrata, foi utilizado como local de refúgios dos escravos fugitivos, abrigando diversos quilombos que eram perseguidos e destruídos pelos portugueses. Os adeptos do Candomblé usam o local para oferendas aos caboclos e orixás.

O parque foi criado pelo Decreto Municipal 5363 de abril de 1978, o que garantiu o reconhecimento oficial dos valores científicos, ambientais, históricos, culturais, educativos, religiosos e turísticos daquele território.

A fonte dos milagres de São Bartolomeu, batizada pelo povo por este nome, devido às belíssimas quedas d'águas, onde formava um pequeno lago onde seus visitantes banhavam-se e faziam seus trabalhos em homenagem a seus orixás, era freqüentado pela população de Salvador, e por caravanas vindas do interior e até mesmos por turistas de várias partes do país. As pessoas para lá se deslocavam em busca de curas milagrosas (LIMA, 1973, p. 11). Perto da fonte existia numa pedra uma pequena capela com a imagem de São Bartolomeu com algumas inscrições sobre possíveis curas alcançadas por devotos.

ATRIBUTOS NATURAIS

Caracteriza-se por uma grande diversidade de ambientes distribuídos em uma reduzida porção territorial onde se inclui: floresta ombrófila densa, ambientes fluvio-marinhos, pântanos, manguezais, rios e cascatas. Ao centro se destaca a represa do cobre (reserva de água potável), que guarda paisagens bucólicas às margens do grande espelho d'água permeando vales.

À montante, destacam-se a lagoa da paixão e as nascentes do rio do cobre.

ASPECTOS RELEVANTES

• O Parque São Bartolomeu com seus rios e cascatas;
• A represa do Cobre e seu espelho d'água entornado por florestas;
• A Lagoa da Paixão e as nascentes;
• A floresta, as nascentes, as cascatas (Nanã, Oxum e Oxumaré), as rochas (pedra do tempo e pedra de Omulu) compõe o cenário onde freqüentemente se realizam práticas de culto de origem afro-brasileira.
  PRINCIPAIS CONFLITOS AMBIENTAIS
  
  
  
  
  
  • Desmatamento
  • Queimadas
  • Extração ilegal de substâncias minerais
  • Lançamentos de esgotos domésticos
  • Disposição de lixo em local inadequado
  • Ocupações espontâneas destituídas de infra-estrutura básica de saneamento
  • Caça predatória
  Apesar de sua relevância social e antropológica para a cidade e embora tenha reconhecimento legal como área de preservação ambiental e cultural, o parque passa hoje por grave situação de abandono e depredação, sua rica flora e fauna continuam ameaçada pelas ocupações habitacionais, agrícolas, e das indústrias de mineração instaladas nas imediações do parque.
  
  
  Vem convivendo há anos com problemas como poluição das suas cachoeiras por lixos e esgotos, falta de segurança, está cada vez menos freqüentado em virtude de assaltos e degradação causada pela população, as matas estão sendo devastadas e substituídas por moradias, e principalmente falta de manutenção por parte das políticas públicas, que pouco ou nada fazem para proteger o Parque.
  
  
  A despeito do processo de desmatamento e invasões que vem sofrendo, abriga ainda grande diversidade de plantas e animais.
  
  
  Pretende-se que a situação de abandono que se encontra o local ainda seja revertida. Infelizmente as lições históricas dessa exuberante floresta não foram inseridas na prática do dia-a-dia dos que ali habitam, pois essa floresta que um dia foi cantado em versos por nosso poeta genial Castro Alves, no seu poema ao Dois de Julho, comparando o heroísmo do povo aos cedros ali existentes, espera-se que um dia as pessoas respeitem o valor das plantas sagradas do culto afro- brasileiro como também a biodiversidade de plantas e ervas medicinal ali existente.
  
  
  
  
  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  ANDRADE, Maiza de. São Bartolomeu : aventura de risco no parque do subúrbio. A Tarde,
  
  Salvador, 15 nov. 2005, p. 8.
  Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu-CEASB. O espaço, o ser humano e seus lugares: sistematização das atividades de Educação Ambiental. 1994-1996. (no prelo).
  FORMIGLI, Ana Lúcia et alii. "Educação ambienta1 - Projeto São Bartolomeu",
  Associação dos Amigos do Parque São Bartolomeu, Salvador, 1991.
  SEMA - Secretaria do Meio Ambiente - Governo do Estado da Bahia
  Imagens retiradas do site: www.google.com.br
  
  
  
  
  
  
  O objetivo da Geografia não é o de simplesmente reunir e elaborar uma massa de informações [sobre a Terra ou as regiões], como faziam os meus predecessores, e sim assinalar as 'leis gerais' que explicam a diversidade natural, mostrar a sua conexão com qualquer fato singular e indicar numa perspectiva histórica a perfeita unidade e harmonia que existe, por trás da aparente diversidade e capricho que prevalece no planeta, entre a natureza e o Homem."
  (Karl RITTER, meados do século XIX).