As cem linguagens da Criança

A corporeidade demonstra a todo o momento os seus anseios e a sua necessidade de
resgate quanto aos princípios de compreensão do ser “trino” que nós somos, visto que da
mesma forma que necessitamos dar exercício aos órgãos físicos, precisamos “dar pasta” ao
nosso intelecto e nos moralizarmos enquanto Seres Humanos, como outrora.

Pensar no homem como uma unidade corpóreo-integrada é buscar compreendê-lo em
sua corporeidade inserida na totalidade humana, em um contexto vivo e de corpo presente,
construído historicamente por experiências singulares de cada ser.

O homem como um ser-no-mundo não deve ser visto apenas entre dois polos: corpo e
alma, historicamente discutidos por pensamentos filosóficos, mas sim como uma unidade
existencial, como uma trindade que sente, pensa e age, como um ser possuidor de corpo, matéria
que se movimenta e dá significado e simbolismo às suas ações, a alma em representação
ao inteligível e o espírito como a unidade existencial, pois segundo Gonçalves (2005, p. 75)
para entender esta unidade existencial é necessário compreendê-lo como uma subjetividade
encarnada, como um ser espiritual e corpóreo, onde formam uma síntese dialética, que não
permite pensar o homem sem pensar no mundo no qual ele se projeta e nem o mundo sem o
homem que o constitui e lhe dá consistência de ser.

Se analisarmos esta ocorrência,  veremos que daí se processa uma grande
oportunidade de transformação, onde damos a nossos alunos a oportunidade de refletirem
sobre as possíveis mudanças de posturas, pensarem o seu mundo, sobre preconceito, diversidade,
enfim, em diversos mecanismos de transformação do mundo.

Fonte: Módulo da Disciplina Educação e Corporeidade